O texto a seguir é uma publicação do amigo Geraldo Inocêncio de Oliveira Filho, em sua rede social Facebook. Trata-se do relato de um dos episódios mais cruéis da história de Morrinhos. Por ser um assunto tão popular em nossa cidade, porém desconhecido dos mais jovens, resolvi republicar aqui em nosso site a narrativa de Geraldo Inocêncio sobre o assunto. O texto e as fotos são de Geraldo Inocêncio um amante da história de Morrinhos.
Antes disso, publico na linha debaixo o LINK de um vídeo feito pelo amigo Anderson Simão, que explica muito bem a história de Antônio Pintor. Copie o link, cole em uma “aba” nova na sua internet e veja o vídeo que é muito bom, por Anderson Simão.
https://m.facebook.com/story.php?story_fbid=2223537417695288&id=100001171539680
Agora sim, vamos ao texto de Geraldo Inocêncio:
“Nascido Antônio Pereira Zica, ele veio para Morrinhos e se hospedou numa pensão do lado de cima da Praça da Rodoviária. Durante a sua estada no local, ocorreu um roubo na pensão. As suspeitas logo recaíram sobre o ‘Antônio Pintor’. A polícia foi chamada e logo o prendeu. Mas Antônio jurou que era inocente. Não convencidos da sua inocência, os soldados começaram a torturá-lo para arrancar a confissão. Antônio tal qual um mártir não quis confessar aquilo que não fizera. As sessões de tortura foram se alongando e cada vez mais cruéis. Segundo se conta, enfiavam agulhas debaixo de suas unhas, batiam em todos os lugares do corpo, deixavam passar sede e quando ele não aguentava mais e pedia água lhe davam água com sal. Antônio a tudo resistia com a estoicidade de um mártir. E foi até que não resistiu às torturas e acabou falecendo dentro da prisão. Seu corpo foi enterrado às escondidas na margem direita de uma estrada de fazenda logo após o mato do açude, hoje Parque Ecológico.
Após o acontecido, os rumores começaram a surgir. O que fora feito do Antônio? Eles viram ele ser preso, mas ele desaparecera. O burburinho foi aumentando até chegar ao Governador do Estado, que enviou policiais para verificar o ocorrido. Arguindo os responsáveis eles acabaram confessando o crime e levaram os policiais até onde haviam enterrado o corpo. Os restos mortais de Antônio Pintor foram sepultados no Cemitério São Miguel.
Data da morte do Antônio Pintor – 13/01/1957
Foto 1 – O corpo sem vida de ANTÔNIO PINTOR
Foto 2 – Local onde foi sepultado às escondidas. Neste local durante muitas décadas havia um túmulo que era muito visitado por morrinhenses. Estive no local com um amigo que já estivera lá várias vezes, mas o chão já fora arado e plantado em eucaliptos. Ainda assim, ele identificou o local, mas já não havia vestígios do tumulo.
Foto 3 – Túmulo do Antônio Pintor no Cemitério São Miguel.
Foto 4 – Em dias de finados acendem-se centenas de velas no cruzeiro do centro do cemitério e a maioria na intenção de receber um milagre do mártir ANTÔNIO PEREIRA ZICA, o ANTÔNIO PINTOR.
A foto 1 é inédita e acho que não existe outra em Morrinhos. Quem me passou a recebeu de uma amiga da Rua Paraíba logo abaixo da Cadeia Municipal e garantiu que é autêntica.”
Bom, este foi o relato de Geraldo Inocêncio sobre este histórico fato.
Leonardo Costa, da redação do Correio Sul Goiano, com texto e fotos do Facebook de Geraldo Inocêncio de Oliveira Filho.