O zagueiro Neto é o único dos quatro sobreviventes brasileiros da queda do avião da LAMIA que ainda não sabe do acidente. Segundo a TV Globo, o jogador perguntou diversas vezes neste sábado, 10/12, aos médicos que o tratam na Colômbia como foi a partida contra o Atlético Nacional (que seria a primeira da final da Copa Sul-Americana) e o que aconteceu com ele durante o jogo para estar tão ferido.
Os médicos, entretanto, evitaram entrar no assunto do acidente do avião por recomendação da psicóloga que acompanha a recuperação do jogador.
“Há uma recomendação da psicóloga para não dizer e assim evitar um choque emocional que seria prejudicial para a recuperação clínica neste momento. Estamos aguardando uma opinião mais avalizada”, afirmou Carlos Mendonça, médico da Chapecoense.
Neto voltou a respirar sem a ajuda de aparelhos neste sábado depois de nove dias dependendo de ventilação mecânica.
IRRESPONSABILIDADE: Falta de combustível derrubou avião que matou 71 pessoas e delegação da Chapecoense
Autoridades colombianas informaram que todos os 71 mortos na queda do avião da Chapecoense foram identificados no Instituto Médico Legal de Medellín. O avião caiu perto da cidade colombiana de Medellín na madrugada de terça-feira, 29/11, deixando além de 71 mortos, seis feridos.
Com a identificação, os corpos das vítimas brasileiras passarão agora por tratamento e preparação para o transporte até o Brasil.
Uma força-tarefa com funcionários da Embaixada brasileira em Bogotá e do Itamaraty está na Colômbia para ajudar as famílias nos trâmites burocráticos.
Os corpos dos brasileiros devem chegar entre sexta-feira, 02 e sábado, 03/12. Além de brasileiros, há entre os mortos cinco bolivianos, um paraguaio e um venezuelano.
Técnicos da Polícia Federal brasileira levaram a Medellín os dados biométricos das vítimas. O prefeito de Chapecó, Luciano Buligon, também está na cidade para participar da liberação dos corpos das vítimas da tragédia. Ele é uma das quatro pessoas que estava na lista do voo, mas que não embarcaram.
SOBREVIVENTES
Sobreviveram à queda seis pessoas. Entre eles, estão os jogadores Alan Ruschel, Follmann, que teve uma perna amputada, e Neto, que está em estado crítico. Também foram resgatados com vida o jornalista Rafael Henzel, o técnico da aeronave Erwin Tumiri e a comissária de bordo Ximena Suarez.
A aeronave com a delegação da Chapecoense estava sem nenhum combustível ao cair, apontam os resultados preliminares da investigação do acidente, divulgados na noite de quarta-feira, 30/11. A aeronave, que havia saído de Santa Cruz de la Sierra na Bolívia rumo a Medellín, bateu contra uma montanha na cidade de La Unión.
“Podemos afirmar claramente que a aeronave não tinha combustível no momento do impacto”, disse Freddy Bonilla, secretário de Segurança Aérea da Colômbia.
A constatação da ausência de combustível se deu nas primeiras inspeções dos destroços do avião, afirmou Bonilla. Diante das evidências, segundo ele, os investigadores trabalham com a hipótese de “pane seca”, quando a falta de combustível faz parar os sistemas elétricos da aeronave. “Iniciamos uma apuração para esclarecer o motivo pelo qual essa aeronave estava sem combustível no momento do impacto”, disse o secretário.
PÂNICO NO AR
A tripulação do Avro RJ-85 da companhia aérea boliviana LaMia pediu prioridade para pousar em razão da falta de combustível à 0h48, no horário de Brasília. Quatro minutos depois, à 0h52, declarou emergência. Os destroços foram encontrados a 17 km do aeroporto José María Córdova.
Uma gravação divulgada pela imprensa colombiana nesta quarta mostra conversa entre um dos pilotos do voo em que ele pede prioridade à controladora de tráfego aéreo justamente em razão da falta de combustível e de pane elétrica. Bonilla afirmou que a equipe de investigação já tem todas as transcrições das conversas entre o voo da LaMia e o controle de tráfego aéreo.
Na última posição em que foi identificado pelos radares colombianos, ainda de acordo com Bonilla, o avião estava mais baixo do que deveria estar: 2.743 metros (9.000 pés), quando a altitude mínima a ser mantida na região era de 3.048 metros (10 mil pés). A necessidade de se manter a determinada altitude acontece em consequência das montanhas no entorno de Medellín.
CAIXAS-PRETAS
A análise dos dados das caixas-pretas, já recuperadas, permitirá saber a razão pela qual o piloto estava fora da altitude correta. O equipamento registra as conversas a bordo da cabine de comando e também o o comportamento dos instrumentos e motores da aeronave nos momentos anteriores à queda. O trabalho, no entanto, pode levar meses.
Fonte: Reprodução do portal G1 – informações, fotos e ilustrações do G1