Sexta-feira, 19/ Abril/ 2024
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Assassino “achava” que era perseguido e tinha “sensação” de perseguição. “Coisa da cabeça dele” – é o que diz a Polícia Civil de Goiás ao concluir investigação

Assassino “achava” que era perseguido e tinha “sensação” de perseguição. “Coisa da cabeça dele” – é o que diz a Polícia Civil de Goiás ao concluir investigação

58 dias após o crime, delegados da Força Tarefa que investigou as circunstâncias e motivação do atentado contra o ex-prefeito de Itumbiara José Gomes da Rocha se reuniram no auditório do Fórum de Itumbiara para divulgar os resultados da Operação Paranaíba.

Além de Zé Gomes, morreu também o Cabo Vanilson da Polícia Militar, que reagiu ao atentado, mas acabou sendo executado pelo atirador, Gilberto Ferreira do Amaral, que também morreu ao ser executado pelos seguranças que estavam trabalhando durante a carreata.

Além das mortes, ficaram feridos o vice-governador, Jozé Eliton, o advogado Célio Rezende e o motorista da caminhonete, Edvan Júlio Guerino.

a-cel-28-11-bINVESTIGAÇÃO DA FORÇA TAREFA

Em seu relatório final à imprensa a Polícia Civil informou que o autor do atentado “agiu sozinho”. As investigações revelaram que “não houve rixa por conta de disputa de terras”, e que “não teve agressão ou perseguição” a Gilberto por parte de Zé Gomes. Com essas afirmações, a Polícia Civil desmente os áudios que circularam pelo WhatsApp e que indicavam que o crime tinha ocorrido por causa de “desentendimento ou rixa” gerada por disputa de terras, entre Gilberto e Zé Gomes.

O delegado Douglas Pedrosa, responsável pela operação esclareceu que Gilberto tinha psicose etílica, provocada pela combinação de remédios com a ingestão de bebidas alcoólicas, que gera alucinações e sentimento de perseguição. O delegado está convencido de que Gilberto cometeu o crime porque sentia raiva de Zé Gomes, “achando que era perseguido” por ele.

itumb2O delegado acredita que “dentro da mente do Gilberto, ele se sentia perseguido, independente de ter ou não motivo para isto”.

Dr. Douglas informou também que Gilberto “era uma pessoa conturbada e de caráter duvidoso, que cometeu um ato de barbárie contra pessoas de bem”.

Douglas Pedrosa ressaltou que “as provas que nós coletamos durante o período de investigação nos apontam para este desfecho”.

Na entrevista coletiva à imprensa a Polícia Civil informou que Gilberto do Amaral tomava o remédio Anfepramona, utilizado para emagrecimento desde 2004, e o misturava com álcool.

O delegado Douglas Pedrosa disse que “isto fazia com que ele ouvisse vozes”.

“O surto, aliado a uma série de circunstâncias variadas, também motivou o atirador a cometer a barbárie” – revelou o comandante da força-tarefa.

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Após 58 dias de investigação a Polícia Civil concluiu ainda que o atentado foi planejado, mas não teve motivações políticas. A força-tarefa apurou que Gilberto comentou dias antes do crime que “era fácil matar um candidato”.

“Dentro da cabeça do Gilberto, que sofria de transtornos psicológicos, ele se sentiu perseguido e resolveu cessar esta perseguição com um ato de barbárie”.

“Entre os motivos está uma transferência que ele se arrependeu, mas que acabou dando certo. Anos atrás ele pensou que fosse ser transferido para trabalhar no cemitério, coisa que nunca existiu, mas na cabeça dele ocorreu isso. E, depois, ele tinha a certeza de que se Zé Gomes ganhasse a vida dele pioraria de forma trágica”, afirmou o delegado.

A polícia acredita que Gilberto já planejava o crime há alguns dias. O delegado contou que Gilberto, conversando com um grupo que combinava a distribuição de santinhos pela cidade, disse que “era muito fácil cometer um crime contra um candidato” e descreveu uma ação idêntica ao modo como ele assassinou Zé Gomes.

O delegado informou que “algumas pessoas não queriam distribuir os santinhos em um bairro por achar que daria problema ou seria perigoso, mas o Gilberto disse que era fácil matar um candidato, só chegar do lado com um carro ou uma moto, atirar e fugir. No dia, ninguém entendeu nada” – disse o delegado.

Completando a tese de que o crime foi planejado, o delegado explicou que as investigações mostraram que Gilberto foi para uma fazenda em Arapuã e testou a pistola usada no dia do crime.

“Ele descarregou ela duas vezes. O trabalho de perícia confirmou que balas encontradas lá saíram da arma e usada pelo Gilberto no dia do crime. Fora que o armamento estava muito bem lubrificado” – explicou o delegado.

Na época do fato, surgiram entre os moradores da cidade comentários de que Zé Gomes e Gilberto teriam brigado momentos antes do atentado, mas, esta hipótese foi descartada pela Polícia Civil. A força-tarefa analisou imagens de câmeras de segurança, que comprovam que Zé Gomes permaneceu em seu apartamento entre 02h00 e 16h00 no dia do atentado.

A Polícia Civil aponta como principal fator que motivou Gilberto a praticar o atentado, uma transferência de departamentos dentro da Prefeitura de Itumbiara. Douglas Pedrosa informou que em 2012, quando Zé Gomes era prefeito da cidade, Gilberto foi transferido do cargo de pedreiro da prefeitura para a Secretaria Municipal de Saúde, onde ficou lotado no Núcleo de Ações Básicas de Saúde, o NABs.

Durante a campanha eleitoral deste ano Gilberto apoiou um candidato a vereador que era de uma coligação adversária à de Zé Gomes. O delegado contou que Gilberto, em um determinado dia, foi trabalhar com uma camiseta fazendo propaganda para o candidato a vereador e foi pedido para que ele retornasse para casa e trocasse de roupa.

A polícia acredita que a situação aumentou em Gilberto a “sensação de perseguição”. Diante disto, ele pediu uma nova transferência de órgão na prefeitura, mas se arrependeu e desistiu da mudança. No entanto, a transferência já tinha sido iniciada e, segundo a polícia, era irreversível. Segundo o delegado, a partir daí Gilberto começou a planejar o crime.

A força-tarefa concluiu que desde 2004 Gilberto fazia uso de um remédio para emagrecer denominado Antepramona, que não é vendido no Brasil. Entre os efeitos colaterais deste remédio está o nervosismo, a ansiedade e os sentimentos psicóticos, que são potencializados com a ingestão de bebida alcoólica. A Polícia Civil informou que um atestado de atendimento comprova que em setembro deste ano um psicólogo o diagnosticou com a psicose etílica.

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CRIME TERIA SIDO PREMEDITADO – INFORMA POLÍCIA CIVIL QUE DESCARTA AGRESSÃO NO DIA DO ATENTADO

No início da tarde de sábado, 01/10/2016, a Polícia Civil divulgou a segunda Nota Oficial sobre a Operação Paranaíba que reúne Força Tarefa para investigar o assassinato do candidato a prefeito de Itumbiara, José Gomes da Rocha.

forca-2De acordo com o delegado Gustavo Carlos Ferreira, porta-voz oficial da Força Tarefa, após as novas diligências desenvolvidas no âmbito da “Operação Paranaíba”, a Polícia Civil descartou a possibilidade de que tenha havido qualquer agressão perpetrada pelo candidato José Gomes da Rocha contra o atirador Gilberto Ferreira do Amaral, na data dos fatos, 28/09/16, contrariando o que sugeriam comentários que circularam pela cidade e pelas redes sociais.

Análise detida de imagens de câmeras de segurança mostram que o candidato não saiu de sua residência no período compreendido entre as 2 horas e as 16 horas de quarta-feira, dia do crime.

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Béba atira contra Zé Gomes e segurança

No momento em que finalmente saiu de casa, Zé Gomes foi ao encontro do secretário de Estado da Segurança Pública, José Éliton, e, juntos, seguiram para a concentração da carreta, da qual participaram até o momento em que foram alvejados.

Segundo Gustavo Carlos Ferreira, a Polícia Civil também colheu fortes elementos de convicção que demonstram que o atirador Gilberto Ferreira do Amaral “estava afastado de suas funções no Serviço Público Municipal por conta de transtorno psicótico devido ao uso de álcool, conforme atestado por médico” – diz a nota da Polícia Civil.

Por derradeiro, a Polícia Civil afirma que há indícios de que o crime já estava sendo planejado e que “os detalhes que levam os investigadores a estas conclusões serão divulgados em momento oportuno, de forma que não prejudiquem o andamento e a exitosa conclusão da investigação”.

Fonte: Polícia Civil – Delegado Gustavo Carlos Ferreira

HOMEM QUE MATOU ZÉ GOMES É SEPULTADO EM ITUMBIARA

Fonte: O Popular – Reprodução

O corpo do Servidor Público, Gilberto Ferreira do Amaral, conhecido como Béba, foi enterrado na tarde de sábado, 01/10,2016, em Itumbiara. Ele foi o autor do atentado com arma de fogo, que matou o ex-prefeito, ex-vereador, ex-deputado federal e candidato a prefeito de Itumbiara, José Gomes da Rocha, durante carreata política na quarta-feira, 28/09/16. No mesmo atentado, Béba matou também o cabo da Polícia Militar, Vanilson João Pereira.

O delegado Gustavo Carlos Ferreira, porta-voz da investigação informou que não houve velório, mas apenas o sepultamento. Dr. Gustavo disse que a princípio o corpo não seria enterrado em Itumbiara, por questão de segurança, mas, familiares de Gilberto decidiram que seria na própria cidade, pois entenderam que a situação por lá já estava mais calma.

QUEM FOI ZÉ GOMES DA ROCHA???

Fonte: O Popular – Matéria de Andréia Bahia

José Gomes da Rocha nasceu em Itumbiara, na divisa de Goiás com Minas Gerais, no dia 12 de abril de 1958, filho do fazendeiro Saul Gomes Pereira e de Dionara Rocha da Silva. Foi eleito vereador em 1976, aos 18 anos de idade, pelo MDB, e reeleito em 1982 já pelo PMDB.

Em 1986, trocou o PMDB pelo Partido Democrata Cristão, PDC e disputou a eleição para deputado constituinte. Ficou na suplência e, em janeiro de 1989, ocupou, na Câmara dos Deputados, a vaga de Paulo Roberto Cunha, eleito para a prefeitura de Rio Verde.

No mesmo ano, se filiou ao Partido da Reconstrução Nacional, PRN para coordenar a campanha de Fernando Collor de Melo à presidência da República.

Zé Gomes foi reeleito deputado federal em 1990 pelo PRN e, em 1992, foi um dos 38 parlamentares que votaram contra a abertura do processo de impeachment do presidente Fernando Collor.

Em 1994, conquistou seu terceiro mandato de deputado federal pelo PRN, partido que trocou pelo Partido Social Democrático, PSD, logo após ter sido eleito. Foi reeleito pela quarta vez consecutiva em 1998 e retornou ao PMDB.

Em 2003, Zé Gomes foi eleito deputado estadual pelo PMDB e renunciou ao mandato após ser eleito prefeito de Itumbiara em 2004. Quatro anos mais tarde, foi reeleito prefeito, pelo PP.

Em 2013, filiado ao PTB, foi nomeado presidente da Saneago e chegou a ser cogitado a vice na chapa de Marconi Perillo para as eleições de 2014.

José Gomes era formado em Direito pelo Centro de Ensino Unificado de Brasília e tinha paixão por futebol. Ele foi presidente do Itumbiara Esporte Clube.

Em 1998, foi denunciado pelo Ministério Público Federal por contratar jogadores com verbas de gabinete durante seu segundo mandato de deputado federal.

Em 2015, Zé Gomes da Rocha foi absolvido pelo Tribunal Regional Federal da Primeira Região.

Casado com Alcione Machado Gomes da Rocha, José Gomes deixou três filhos.

Fonte: O Popular – Matéria de Andréia Bahia

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