Sexta-feira, 19/ Abril/ 2024
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CARNE FRACA: Falsificação de certificados foi descoberta pela Polícia Federal em Goiás, Paraná, Minas Gerais e outros estados

CARNE FRACA: Falsificação de certificados foi descoberta pela Polícia Federal em Goiás, Paraná, Minas Gerais e outros estados

A Polícia Federal realiza desde o final da madrugada e início da manhã desta sexta-feira, 17/03/17, a operação “Carne Fraca”, que apura o envolvimento de fiscais do Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento, em um esquema de liberação de licenças e fiscalização irregular de frigoríficos, inclusive em Goiás.

A Polícia Federal informou que o esquema envolve grandes empresas, detentoras de importantes marcas do setor, no Brasil. Ao todo, 309 mandados judiciais são cumpridos em sete estados.

PRISÕES

Logo nas primeiras horas do dia, diversos fiscais do Ministério da Agricultura foram presos. A PF informou que “Carne Fraca” é a maior operação já realizada pela Polícia Federal no país.

OS GRANDES

As investigações chegaram às principais empresas do setor, como a BRF Brasil, que controla marcas como Sadia e Perdigão, e também a JBS, que detém Friboi, Seara, Swift, entre outras marcas.

Ainda pela manhã a JBS afirmou que ainda não tinha informação de que algum executivo seu foi preso e informou que não há operação da PF na empresa.

dinheiroPARANÁ

Segundo as investigações, o esquema no Paraná era comandado pelo ex-superintendente regional do Ministério da Agricultura, Daniel Gonçalves Filho, e pela chefe do Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Animal, Maria do Rocio Nascimento. Os dois trabalham em Curitiba.

Na casa do atual superintendente regional do Ministério da Agricultura, Gil Bueno, a polícia apreendeu 65 mil reais na manhã de sexta-feira. Daniel, Maria e Gil são alvos de prisão preventiva.

Segundo a Polícia Federal, no Paraná há ramificações do esquema em Londrina e Foz do Iguaçu.

CARNE VENCIDA

Gravações telefônicas obtidas pela Polícia Federal apontam que vários frigoríficos do país VENDIAM CARNE ESTRAGADA, tanto no mercado externo, quanto para exportação.

Entre produtos químicos e produtos fora da validade, há casos ainda mais “curiosos”, como a inserção de papelão em lotes de frango e ainda carne de cabeça, na fabricação de linguiça.

Diretores e donos das empresas estariam envolvidos diretamente nas fraudes, que contavam com a ajuda de servidores do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, no Paraná, Goiás e Minas Gerais.

pao5OPERAÇÃO NACIONAL

A operação da Polícia Federal detectou, em quase dois anos de investigação, que as Superintendências Regionais do Ministério da Pesca e Agricultura do Estado do Paraná, de Minas Gerais e de Goiás atuavam diretamente para proteger grupos empresariais em detrimento do interesse público.

Os agentes públicos, utilizando-se do poder fiscalizatório do cargo, mediante pagamento de propina, atuavam para facilitar a produção de alimentos adulterados, emitindo certificados sanitários sem qualquer fiscalização efetiva.

ILEGALIDADES

Entre as ilegalidades praticadas no âmbito do setor público, está a remoção de agentes públicos com desvio de finalidade para atender a interesses dos grupos empresariais. A conduta permitia a continuidade delitiva de frigoríficos e empresas do ramo alimentício que operavam em total desrespeito à legislação vigente.

GOIÁS

No caso goiano, o sistema operava de forma parecida com o paranaense, sendo chefiado pelo chefe local do Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Animal – DIPOA – Dinis Lourenço da Silva.

OFERTAS CELEIRO

MINAS GERAIS

Em Minas Gerais, o juiz federal Marcos Josegrei da Silva afirma que as investigações foram insuficientes para aprofundar o tamanho dos atos de corrupção envolvidos.

ESTRUTURA DA OPERAÇÃO

Aproximadamente 1.100 policiais federais cumprem os 27 mandados de prisão preventiva; 11 de prisão temporária; 77 de condução coercitiva; e os 194 de busca e apreensão. Eles atuam em residências e em locais de trabalho dos investigados e em empresas supostamente ligadas ao grupo criminoso.

ORDENS JUDICIAIS

As ordens judiciais foram expedidas pela 14ª Vara da Justiça Federal de Curitiba e estão sendo cumpridas: em São Paulo, no Distrito Federal, no Paraná, em Santa Catarina, no Rio Grande do Sul, em Minas Gerais e em Goiás.

CARNE FRACA

O nome da operação faz alusão à conhecida expressão popular, que originou-se em uma passagem bíblica, em sintonia com a própria qualidade dos alimentos fornecidos ao consumidor por grandes grupos corporativos do ramo alimentício. A Polícia Federal destaca que a expressão popular demonstra uma fragilidade moral de agentes públicos federais que deveriam zelar e fiscalizar a qualidade dos alimentos fornecidos a sociedade.

Fonte: Portal G1/PR e RPC (Belíssima matéria dos jornalistas Alana Fonseca, Samuel Nunes, Marçal Dias Jordan)

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