Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, foi preso no início da manhã de quinta-feira, 30/06/16, no condomínio de luxo em que mora, em Goiânia.
Carlinhos é um dos alvos da Operação Saqueador, que visa prender pessoas envolvidas em uma esquema de lavagem de 370 milhões de reais, em verbas públicas.
Ministério Público Federal e Polícia Federal
A ação é realizada pelo Ministério Público Federal em parceria com a Polícia Federal. Também há mandados de prisão contra Adir Assad e Fernando Cavendish, que é dono da empresa Delta Construções.
Advogado de Cachoeira, Antônio Nabor Bulhões disse que ficou sabendo da prisão no início da manhã, após uma ligação da esposa do cliente, Andressa Mendonça. O advogado informou que irá se inteirar do caso para se pronunciar.
Carlinhos Cachoeira
Acusado de chefiar um esquema de exploração ilegal de caça-níqueis em Goiás, Cachoeira já havia sido preso em fevereiro de 2012, quando a Operação Monte Carlo foi deflagrada pela PF e o Ministério Público Federal. Ele ganhou liberdade em 11 de dezembro do mesmo ano.
Desde então, Cachoeira já foi condenado por diversos crimes. A última condenação foi no dia 23 de setembro, pelo crime de violação de sigilo funcional, com pena de três anos de prisão.
Fernando Cavendish
Era próximo das 07h00, quando a Polícia Federal esteve na casa de Fernando Cavendish, no Rio de Janeiro, mas os agentes descobriram que o empresário está no exterior.
Além de Goiás e Rio de Janeiro, a operação é realizada em São Paulo. Segundo o Ministério Público Federal, dentre os denunciados estão executivos, diretores, tesoureira e conselheiros da empreiteira, além de proprietários e contadores de empresas fantasmas, criadas por Carlinhos Cochoeira, Adir Assad e Marcelo Abbud.
O esquema
O Ministério Público Federal descobriu que, entre 2007 e 2012, quase 100% do faturamento da Delta veio de contratos públicos, chegando ao montante de quase R$ 11 bilhões. Desse total, mais de R$ 370 milhões foram lavados, por meio de pagamento ilícito a 18 empresas de fachada, criadas pelos chamados “operadores” do esquema.
Segundo a investigação, eles lavavam o dinheiro público em contratos fictícios e sacavam o dinheiro em espécie para o pagamento de propina a agentes públicos. O Ministério Público Federal pede a condenação de todos os envolvidos pela prática de lavagem de dinheiro e associação criminosa.