Início da tarde de sexta-feira, 29/07, fui à delegacia de Polícia Civil de Morrinhos na tentativa de obter informações sobre o cumprimento de mandado de internação para um jovem de 17 anos na cidade. Acabei acompanhando toda a operação para cumprimento do mandado de apreensão e internação do suspeito. Fiz algumas imagens interessantes do momento da apreensão do menor – assistam no vídeo abaixo e compartilhem.
Na delegacia de Morrinhos procurei pelo delegado Fabiano Jacomelis, mas fui informado que ele estava em Goiânia, em outra missão. Descobri que a Dra. Sabrina Leles é que cumpriria o Mandado de apreensão do menor morrinhense.
Sabrina Leles é titular da Delegacia de proteção e defesa dos direitos da Mulher, Criança e Adolescente mais próxima de Morrinhos, que tem sede em Caldas Novas. Talvez por isso tenha sido escalada para dar cumprimento ao Mandado de Internação do jovem suspeito.
Falei com a Dra. Sabrina Leles, assim que chegou à delegacia, mas ela informou que não poderia falar sobre este assunto, e que somente o Ministério da Justiça ou Secretaria da Segurança Pública poderiam se pronunciar sobre o caso. Entendo perfeitamente, pois sabemos da gravidade da situação e o sigilo precisa ser preservado.
BUSCA E APREENSÃO
Desde a semana anterior eu tenho acompanhado uma movimentação de investigação das polícias neste sentido em Morrinhos. Na sexta-feira, 22/07, eu soube por vizinhos da família que um mandado de busca e apreensão teria sido cumprido em uma casa em Morrinhos e que um jovem poderia ter sido apreendido.
Minhas fontes disseram que computadores, tablets e até celulares de um jovem e alguns de seus familiares foram apreendidos pela Polícia Federal, entre os dias 21 e 22 de julho, em Morrinhos.
Mas, foram informações extra oficiais, de pessoas bem intencionadas, porém sem confirmação de nenhuma autoridade, por isso não publiquei nada. Fiquei confiando em minhas fontes, sempre atento e conversando com meus colegas de rádio sobre isso, tentando apurar algo mais concreto, até pela seriedade do caso, que é de interesse internacional.
Quando o assunto parecia estar esfriando, eis que finalmente na tarde de sexta-feira, 29/07 o mandado de apreensão e internação foi cumprido, confirmando que minhas fontes tinham razão: existe mesmo em Morrinhos ao menos uma pessoa que se relacionava com possíveis membros do Estado Islâmico, via internet.
Como a delegada não pode falar sobre o assunto, temos muito poucas informações oficiais de qual seria o verdadeiro envolvimento do morrinhense com as possíveis pessoas interessadas em planejar atos de terrorismo no Brasil.
A princípio sabemos que ele seria um tradutor de textos do Estado Islâmico para o português, com objetivo de facilitar o entendimento da mensagem extremista e com isso cooptar novos simpatizantes ou seguidores.
O rapaz tem apenas 17 anos e pelas leis brasileiras não pode responder por crimes, mas apenas por atos infracionais análogos.
LEGISLAÇÃO
No intuito de proteger as crianças e os adolescentes as leis do Brasil seguem por uma linha de raciocínio de que pessoas com menos de 18 anos “não sabem de fato o que estão fazendo”, por isso, só responde por atos infracionais.
Pela linha de elaboração das leis brasileiras pessoas com “apenas” 17 anos a pessoa não têm discernimento amplo e correto das coisas, e por isso, ainda não pode decidir com total lucidez, não podendo portanto, ser criminalizada. Imagina se um adolescente de apenas 17 aninhos vai saber o que é terrorismo.
APREENSÃO
A reportagem do Correio Sul Goiano apurou que o mandado de internação teria sido expedido pelo Juizado da Infância e Juventude de Goiás, que determinou que o suspeito fosse levado para um centro de internação, em Goiânia.
INVESTIGAÇÃO
A detenção em Morrinhos faz parte da Operação Hashtag que investiga envolvidos em possíveis atos preparatórios de terrorismo para as Olimpíadas do Rio de Janeiro.
Durantes as investigações, a Polícia Federal teria descoberto que o jovem morrinhense tinha como principal característica ser o responsável por traduzir textos do Estado Islâmico para o português, e que ele seria extremamente atuante nas redes sociais, sendo o responsável por conquistar novos seguidores.
A operação aconteceu em conjunto pela Polícia Federal e a Polícia Civil de Goiás.
Da redação, por Leonardo Costa